sábado, 28 de agosto de 2010

Encontro Internacional de Saxofonistas

Copiei e colei. Estive no primeiro encontro, só posso recomendar!
Até a semana que vem

Marcio Schuster


Encontro Internacional de Saxofonistas inscreve até dia 20 de setembro



Diversidade musical é a marca registrada do evento, que acontece de 22 a 25 de setembro

Estão abertas até o dia 20 de setembro as inscrições ao 4º Encontro Internacional de Saxofonistas do Conservatório de Tatuí, evento realizado pelo Governo de São Paulo. Com a presença de artistas de cinco países, a série de atividades acontece de 22 a 25 de setembro.

Criado em 2004, o Encontro Internacional de Saxofonistas integra a série de encontros programados pelo Conservatório de Tatuí para o aperfeiçoamento e capacitação em instrumentos específicos. Nele, centenas de saxofonistas entre profissionais, estudantes e amadores, provenientes do Brasil e exterior, se inscrevem e têm a oportunidade de, durante três dias e quatro noites, vivenciar amplamente, diversos contextos pedagógicos e artísticos, além de estilos e abordagens musicais variadas por meio de shows, recitais, concertos, workshops, mostras, exposições, entre outros, motivados sempre pela presença de renomados saxofonistas do cenário nacional e internacional.

Neste ano, o Encontro Internacional de Saxofonistas volta a ser marcado pela diversidade musical. “O diferencial do evento é, realmente, a diversidade. Ele atrai representantes da música erudita, popular e contemporânea”, destacou Marcos Pedroso, um dos coordenadores. “Outro ponto forte neste ano é a presença da música latinoamericana, com representantes da Costa Rica, Chile e Argentina”, acrescentou o também coordenador Erik Heimann Pais.

A programação do evento já está confirmada e inclui os saxofonistas Arno Bornkamp (Holanda), Miguel Villafruela (Chile), Marcelo Coelho, Mauro Senine, Ademir Junior e Pedro Bittencourt (Brasil), além do quinteto Sonsax (Costa Rica) e 4Mil (Argentina). Fazem participações especiais a Banda Sinfônica do Estado de São Paulo, o Saxofonia – Quarteto de Saxofones, a Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí e a Big Band do Conservatório de Tatuí.

Entre as atividades pedagógicas, uma das novidades é a participação ativa de quartetos de saxofones e saxofonistas nos masterclasses do saxofonista Arno Bornkamp (04 vagas) e do quinteto SONSAX (Costa Rica – 02 vagas). Outra novidade é a incorporação de três palestras específicas – “Panoramana do Saxofone no Brasil", por Erik Heimann Pais; "Saxofone e Eletrônica", por Pedro Bittencourt; "A Música de Jacob Ter Veldhuis", por Arno Bornkamp.

Inscrições


O período de inscrições encerra-se dia 20 de setembro e custa R$ 10, dando ao inscrito livre acesso a todas as atividades realizadas no evento, inclusive aos concertos e recitais. Será concedido alojamento as 40 primeiros inscritos que solicitarem estadia. Saxofonistas que desejarem atuar como executantes nos masterclasses devem ficar atentos: para eles, o período de inscrições termina dia 13 de setembro.


Podem se inscrever saxofonistas estudantes, profissionais e amadores, bem como todos os demais interessados, de todo o território nacional e internacional, independente de idade ou conhecimento técnico-musical. Para aqueles que não irão atuar como executantes, em masterclasses, mostras ou concertos, não será necessário trazer instrumento próprio ao evento. A inscrição poderá ser feita pela internet (www.conservatoriodetatui.org.br/esax), pelo correio ou pessoalmente no Centro de Produção do Conservatório de Tatuí. Somente nos primeiros dias de inscrições, saxofonistas de três Estados brasileiros e de três países haviam confirmado presença no evento.


Todos os detalhes podem ser obtidos no site do evento no www.conservatoriodetatui.org.br/esax

Programação completa


Quarta-feira - 22.setembro


20h00 - Mostra de Grupos de Saxofone


20h30 - Concerto de Abertura Banda Sinfônica do Estado de São Paulo; Marcos Sadao Shirakawa, regente; solistas: Arno Bornkamp e Saxofonia Quarteto de Saxofones


Quinta-feira - 23.setembro


09h00 - Workshop "Repertório Sul Americano para Saxofone" por Miguel Villafruela


11h00 - Recital de Saxofone e Piano - Miguel Villafruela, sax; pianista a definir


14h00 - Workshop "O Saxofone na Música Popular Brasileira" por Zé Canuto


17h00 - Palestra "Panoramana do Saxofone no Brasil" por Erik Heimann Pais


20h00 - Mostra de Grupos de Saxofone


20h30 - Quinteto SONSAX



Sexta-feira - 24.setembro


09h00 - Workshop de Quarteto de Saxofone - "Saxofone na Música Centroamericana" por Quarteto SONSAX


11h00 - Recital Quarteto 4Mil


14h00 - Workshop "Improvisação na MPB" por Mauro Senise. Pocket Show Mauro Senise, sax; Adriano Contó, piano; Rodrigo Marinonio, bateria; Sérgio Frigério, baixo


17h00 - Palestra "Saxofone e Eletrônica" por Pedro Bittencourt


20h00 - Mostra de Grupos de Saxofone


20h30 - Big Band do Conservatório de Tatuí. Celso Veagnoli, coordenação; Solistas: Ademir Jr. e Marcelo Coelho


Sábado - 25.setembro


09h00 - Workshop "Improvisação e Poliritmia" por Marcelo Coelho


11h00 - Workshop "Interpretação da Música Argentina" por Emiliano Barri


14h00 - Masterclass sobre Técnica e Interpretação por Arno Bornkamp


17h00 - Palestra "A Música de Jacob Ter Veldhuis" por Arno Bornkamp


20h00 - Mostra de Grupos de Saxofone


20h30 - Concerto de Encerramento. Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí. Roberto Tibiriçá, regente; Solistas: Miguel Villafruela e Quarteto 4Mil


SERVIÇO


4º Encontro Internacional de Saxofonistas


Erik Heimann Pais e Marcos Pedroso, coordenação


De 22 a 25 de Setembro – Conservatório de Tatuí


Inscrições até 20 de setembro – R$ 10,00


www.conservatoriodetatui.org.br/esax


Informações: 15 3205-8444

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Notas Graves

Uma vez havendo decidido ficar por aqui, e não digo com isso que esse seja o meu caso, é preciso tomar algumas medidas de sobrevivência. O inverno na Alemanha é muito longo e a luminosidade é reduzida a poucas horas diárias, normalmente entre as 16h e 17h está escuro. Em dias nublados com chuva ou mesmo neve, não resta muito pra fazer a não ser trabalhar e ou estudar.



No começo eu não entendia como era possível alguém em pleno calor do verão, que em dias mais quentes pode chegar a um pouco mais de 30 graus, almoçar com o sol queimando a cabeça. Hoje, qualquer raio de sol é motivo pra largar toda e qualquer atividade e sair correndo pra fora e sem nenhum peso na consciência aproveitar o momento sublime. Então, assim sendo, decreto que o verão (imprescindivelmente entre Julho e agosto, porém com possibilidade de dias frios) é tempo de não fazer nada a não ser aproveitar o calor do astro maior. Realmente férias, com direito a queimaduras solares, banhos diários no rio Isar e abdicar de qualquer atividade (ou pelo menos a maioria delas) que seja feita entre quatro paredes.


Notas Graves - Parte I


As famosas notas graves no saxofone. Esse é um tema sem fim e motivo de grande discussão e as vezes até filosofia. Existe solução de todos os tipos e para todos os gostos para esse então “problema”. Eu também tenho a minha, aliás até três. Não sei se as minhas soluções são as melhores, mas para mim funcionam e por isso me atrevo a escrever algumas considerações sobre o tema. Vou explicar aqui em três textos diferentes cada uma das “soluções”. Espero que você, além de gostar, entenda e melhore sua técnica com isso.


A primeira “solução”, que poderia também ser a última, é a mais importante de todas. Estude! e faça isso de todas as maneiras. Explore e pesquise todas as possibilidades, descubra em todos os sentidos o instrumento que você tem pendurado no pescoço. Não esqueça que em comparação com outros instrumentos o saxofone é uma criança de um pouco mais de 100 anos. Ainda falta muita pesquisa em melhorias técnicas na própria construção do instrumento, e na minha opinião, pouco interesse dos fabricantes. Os culpados somos nós que estamos acostumados a achar as coisas estão suficientemente boas como elas estão. Há uns dias olhei pro meu saxofone e descobri que se eu mudasse algumas pequenas coisas ele poderia funcionar melhor para mim. Então com algumas pequenas mudanças acabei resolvendo o problema. Nós estamos acostumados a nos adaptar e jamais imaginar que um “Selmer” possa ser imperfeito. Porém eu digo, a realidade é outra.


O que quero dizer com tudo isso? Eu acredito até agora você não pode melhorar sua técnica de emissão de notas graves, por esse primeiro texto, mas o que quero dizer é que o limite do seu interesse em estudar e se aperfeiçoar, em qualquer sentido, depende de você. O seu interesse em pesquisar e não acreditar em tudo que se fala por aí. As informações prontas são as mais perigosas. Não esqueça de duas coisas: Não existem verdades absolutas e as maiores descobertas foram feitas contrariando as regras que já existiam. Estude, explore, pesquise. Abra a sua cabeça para possibilidades que vão além das que você tem como regra.


Lido e entendido e deixando com isso também claro que tudo o que aqui consta não é nada mais além do que o conhecimento que adquiri ao longo (nem tão longo assim) da minha vida musical, deixo essa primeira lição (de notas graves?). Na semana que vem escrevo mais uma parte com explicações realmente práticas.


Coloquei alguns vídeos no youtube dos meus últimos concertos aqui em Munique. Os links estão ali em baixo. Agradeço a visita


Abraços e até a próxima


Marcio Schuster

Nikolai Brücher - Mythen

domingo, 4 de abril de 2010

Certo ou errado?

Essa foto eu tinha prometido em um texto anterior. Esse é o castelo Nymphenburg, quase do lado de onde eu moro. Ainda tinha neve. Qualquer dia coloco outra do mesmo lugar, mas sem neve.
As pessoas as vezes me perguntam: mas por quê você toca música erudita com saxofone? Eu na verdade nunca filosofei sobre uma resposta. Mas hoje vou tentar responder a essa pergunta pelo caminho mais simples, sem muitos argumentos históricos e ou científicos. Eu penso que a música é uma só, cada estilo acaba nos direcionando para outros “lugares”, como diferentes públicos, ambientes, cidades, oportunidades, carreiras, sonhos e tudo mais. Encontrei na chamada “música erudita” um caminho que me pareceu interessante e quem sabe simplesmente resolvi investir na direção. Muito porém um músico precisa ser versátil. Nos anos que morei em Curitiba, toque muitos anos na “Orquestra a base de sopro do conservatório de Música Popular Brasileira”, foi uma grande escola pra mim. Mesmo em outros projetos como a "Soulution Orchestra", ou em outras big bands todas essas experiências somaram enormemente para um resultado, que resolvi direcionar num sentido, que é a música erudita. Quero dizer com isso que não penso que o jazz ou a música popular brasileira seja mais fácil ou pior, são somente coisas diferentes. Mas penso que decidir-se por um caminho também facilita no reconhecimento do e um artista.

Na verdade quando resolvi estudar na Escola de Música e Belas Artes do Paraná, não tinha muita idéia do que se poderia fazer com um saxofone tocando esse tipo de música. A idéia até me irritava, não conseguia me imaginar tocando por exemplo Mozart com saxofone. Mais tarde descobri que existe muitas obras originalmente escritas para saxofone e comecei a gostar desse mundo. Hoje posso dizer que praticamente só faço isso. O problema disso tudo para nós saxofonistas é que se acredita que para tocar jazz é preciso ter um som “aberto”, uma boquilha de metal, “subtonar” nos graves e muito mais. Sobre isso ainda quero escrever mais e esclarecer o meu ponto de vista em um outro texto.

Independente de qual caminho se queira seguir é preciso saber onde se quer chegar, mas antes mesmo disso é preciso ter um bom professor. Tendo a técnica correta é possível tocar qualquer estilo, aí vai mesmo depender de você. Para improvisar e conhecer um estilo como o jazz, depois de ter um certo domínio técnico do instrumento, não é necessariamente preciso fazer aulas com um saxofonista, esse conhecimento é musical e não técnico. Quem sabe procure um bom pianista.

Essa semana fiquei surpreso ao receber um e-mail do meu professor do Brasil (Wilson Annies) com a publicação de um artigo no site da “EMBAP” sobre meu concerto aqui na Alemanha. Se puder passe por lá.

Além disso já coloquei na página do myspace (é só clicar no meu nome ali em baixo) o concerto escrito por Nikolai Brücher e tocado na minha prova final. A gravação é ao vivo. Ficaria feliz com a sua visita.

Me ajude com a divulgação do blog, só assim faz sentido continuar a escrever, e se tiver sugestões, perguntas por favor, escreva em forma de comentário.

Abraços, saudações e bom domingo
Marcio Schuster

terça-feira, 30 de março de 2010

Flexível como o dinheiro permite

Montanha disse...
"E aí Márcio, tudo bem? Entrei por acaso em teu blog quando estava "buscando" preço de um sax selmer, e gostei bastante de seus "textos". Tenho um sax alto yamaha yas 100 que comprei já usado e gostaria de comprar um yamaha ou selmer novo, já que agora tenho condições e principalmente tempo para tocar. Apesar de ser paranaense (interior), estou morando temporariamente em Manaus (a trabalho). Ficarei grato se você me der informações a respeito da compra de um selmer. Você tem alguma dica para eu comprar aí na Europa, ou mesmo no Brasil por um "preço melhor"?"

Comprar um "novo" saxofone é um passo importante, principalmente para quem tem duas coisas significativamente significativas: "tempo e condições”, raras nos dias de hoje. Esse foi um comentário escrito por um simpático leitor em um texto anterior, vou tentar responder e ajudar como puder.

Como escrevi ontem estive fazendo algumas pequenas viagens nos dias em que meu professor Wilson Annies esteve aqui em ocasião do meu concerto de formatura. Um dos lugares que já havíamos combinado de ir, antes mesmo de ele chegar aqui, foi Bamberg uma pequena cidade há 230 km de Munique. Na verdade não fomos até lá somente para fazer turismo, muito próximo da cidade está uma das maiores lojas de instrumentos musicais da Europa, bem no meio do nada. Uma coisa muito normal por aqui é comprar pela internet, não que no Brasil também não seja, mas aqui é algo realmente do dia-a-dia. Não sei se compramos mais porque é mais seguro ou é mais seguro porque compramos mais. O fato é que quase tudo que preciso que não seja roupa e comida (também possível) compro pela internet. Até hoje tive pouco incomodo com isso. Thomann, segundo o meu professor aqui da Alemanha, é maior que a própria Selmer. Eu ainda não fui na Selmer, mas sei dizer que a variedade de escolha que encontrei nessa loja é realmente enorme e não somente para saxofone, mas para tudo que envolva música. Vale a pena entrar no site e conferir, um dos idiomas disponíveis é o português.

Conversei com o gerente do setor de sopros e ele falou que importa para a América Latina, mas como já escrevi em um texto anterior, tem todo aquele problema de impostos quando o instrumento chega no Brasil e é isso na verdade que torna o instrumento realmente caro. Fiquei sabendo que já existe no Brasil alguma coisa acontecendo politicamente no sentido de reduzir ou eliminar os impostos para a importação de instrumentos. Vamos ver o que acontece.

Com relação à escolha da marca penso que existe um consenso que Selmer é um dos instrumentos que fica no topo da lista dos mais desejados. O único problema é que um Selmer deveria ser testado antes da compra e isso não pode ser feito no Brasil, já que as lojas não têm estoque. A compra acaba ficando um pouco arriscada. Um Yamaha, modelos profissionais, já são mais “padronizados” no sentido de que os instrumentos não vão apresentar tanta diferença entre si, ou quem sabe nenhuma. Penso que a diferença entre esses dois casos é muito pessoal e depende muito do que cada um espera. Posso somente falar de acordo com a minha experiência, já que toquei muitos anos Yamaha modelo 62, tanto alto como tenor. Particularmente gosto muito desse saxofone, é um instrumento simples, no sentido de ser muito prático como por exemplo para fazer pequenas regulagens, com um som um pouco mais “claro” e com um custo bem abaixo do Selmer. Fiquei com o meu Selmer serie II porque ele me proporciona um som mais “escuro” que é o que procuro, mas hoje poderia repensar isso tudo.

Além dessas opções, mais conhecidas no Brasil, recomendo ainda o Yanagisawa modelo A-9930 e também o Keilwerth Sx 90R. Sei que vai ser ainda mais difícil alguém se interessar por essas outras duas marcas uma vez que são mesmo praticamente desconhecidas no Brasil. Mas como já falei, espero com esse espaço também conseguir esse tipo de resultados e quem sabe possa um dia levar algo assim comigo em uma de minhas idas para o Brasil.

Ajudem a divulgar meu blog, quem sabe essa seja uma maneira de centralizar a busca de informações de maneira neutra, que na verdade é a minha maior intenção. No fim todos saem ganhando.

Um grande abraço e até a próxima

Marcio Schuster